A primeira coisa que salta aos ouvidos é o sonar do baixo. Marcante e presente em sua desenvoltura cabisbaixa de toque emocionalmente ácido, o instrumento chega a representar uma melancolia gritante cuja visceralidade pode ser sentida por meio das lágrimas que dele escorrem. Junto dele, a guitarra se posiciona fornecendo toques adoravelmente melódicos que funcionam como uma espécie de abraço recheado de compaixão.
A partir dessa união de aspereza entristecida lacrimal e dessa delicadeza ligeiramente altruísta, a canção, sem qualquer menção de dificuldade, consegue comunicar ao ouvinte seu caráter sentimental. De paisagem monocromática em seu tom de cinza espectral, a obra, assim que entra em seu primeiro verso, passa a ser regida por uma estética sincopada e curiosamente rígida por parte da bateria.
Nesse ínterim, conforme o fator rítmico vai encontrando simetria em seu movimento, uma voz masculina de timbre ligeiramente fanhoso se coloca na dianteira sonora. Por meio de uma interpretação verbal introspectiva e entristecida, o vocalista usa sua voz para entoar uma espécie de prece repleta de angústia em uma ânsia para sanar suas dores transpiradas por cortes profundos em seu coração.
Sob harmonias tocantes e curiosamente esotéricas em seu viés espiritual, 22 Bottles se matura como uma obra definitivamente visceral. Nela, com grande coragem, o onedaybear acaba dialogando sobre a temática da perda, mas não de familiares ou de indivíduos com os quais mantém uma relação amorosa. Aqui, a tristeza e o luto é direcionada aos amigos que partiram.
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