Por meio dos dedilhados no violão, existem lágrimas que escorrem da melodia criada. Ainda que a paisagem não seja essencialmente cinza, ela, em seu céu de tom azul-turquesa, traz consigo uma espécie de luto, de pesar, mas também capaz de instigar pensamentos positivistas em quem o admira.
E o interessante é que, conforme se ouve uivos delicados pronunciados por uma voz feminina de timbre agudo e suavemente açucarado, o azul vai escorrendo como tinta fresca e dando lugar a um tom preto impactante e chocante. Sua intensidade tira qualquer noção de conforto ou mesmo de frescor e dá passagem para uma dor lancinante, rascante e inexplicável em sua origem física.
Entre relâmpagos mudos, mas cujos clarões rompem com o preto espectral por meio de um esbranquiçar estridente e cegante, a melancolia vai se tornando cada vez mais frequente. Ganhando força através da interpretação lírica triste e cabisbaixa assumida por Jiva, essa emoção passa a acompanhar o ouvinte durante toda a execução da faixa.
Por meio de um vocal que soa onipresente em sua tomada assombrosa, a cantora funciona como a representação de almas sem voz. Caladas. Disseminadas. Extinguidas. Uma voz que traz consigo dores, pesares, raiva e ódio. Tudo misturado em uma postura sem força. Cansada. É assim que Jiva faz de 7.10.23 uma canção dedicada aos trágicos eventos ocorridos em Israel na data que dá seu nome.
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