Elis Regina já havia lançado nove discos de estúdio, incluindo os dois primeiros gravados em Porto Alegre, antes da fama. Quando chegou ao mercado, “Elis 72”, considerado por muitos como o álbum mais icônico do legado da cantora gaúcha.
Produzido por Roberto Menescal, então diretor artístico da Philips, o LP reunia 12 canções. Quase todas viriam a se tornar clássicos da MPB. Após nova mixagem e remasterização, a obra de Elis Regina agora pode ser apreciada em CD, vinil e nas plataformas digitais. Também foi lançado um lyric vídeo da canção “Casa no campo”.
Os novos formatos de “Elis 72” são resultado do empenho de João Marcello Bôscoli, filho da cantora e do compositor carioca Ronaldo Bôscoli. Desde 2012, atento a cada detalhe, ele vem remixando criteriosamente os trabalhos da mãe no Estúdio Trama, em São Paulo.
A remixagem e a remasterização de “Elis 72”, realizadas por Carlos Freitas, possibilitam maior percepção do timbre cristalino de uma das maiores cantoras brasileiras e da sonoridade criada pelo pianista e arranjador César Camargo Mariano, com quem Elis foi casada. A partir dali, surgiu o que se tornou conhecido como “o som de César”.
No estúdio, Camargo teve a companhia de Hélio Delmiro (guitarra), Luizão Maia (baixo) e Paulo Braga (bateria). A partir daquela gravação, os quatro formaram a banda que passaria a acompanhar a estrela em shows.
Com vários estilos, “Elis 72” trouxe músicas de nomes consagrados. O repertório reúne Tom Jobim (“Águas de março”), Chico Buarque e Francis Hime (“Atrás da porta”), Milton Nascimento e Ronaldo Bastos (“Cais” e “Nada será como antes”) e Ivan Lins & Ronaldo Monteiro (“Me deixa em paz”).
A cantora também prestigiou compositores iniciantes, que se tornariam nomes fundamentais da MPB: Sueli Costa e Victor Martins (“20 anos blues”), João Bosco e Aldir Blanc (“Bala com bala”), Fagner e Belchior (“Mucuripe”), Gutemberg Guarabira (“Olhos abertos”), Zé Rodrix e Tavito (“Casa no campo”). Naquele repertório também se destacaram “Boa noite, amor”, canção tradicional com a assinatura de Francisco Matoso e José Maria de Abreu, e “Vida de bailarina”, de Dorival Silva, o Chocolate.
Fonte: UAI