Em novo álbum “Polymorphic”, Cookies Slayer mostra versatilidade incrível no eletrônico

Música eletrônica bem sempre é algo fácil de se desenvolver em várias vertentes e com distintas texturas sonoras. Entretanto, sempre há artistas dispostos a enfrentarem essa versatilidade e desenvolverem trabalhos impecáveis nesta linha. É este o caso de “Polymorphic”, novo álbum do Cookies Slayer.

Lançado recentemente, o álbum possui ao todo nove faixas. Com nove músicas, “Polymorphic” consegue reunir dentro destas composições nove atmosferas muito distintas, experimentações e até flertes com outros gêneros sem deixar de lado a eletrônica. Permeados por um excelente de trabalho de produção, esta versatilidade entretanto, não compromete a sinergia e a unicidade do trabalho, que mescla experimentalismo e eletrônica de uma maneira não usual, elegante, inovadora e altamente criativa.

Iniciando com a atmosfera a la world music de “Sweet & Sour”, passando pelas verves pop r&b de “Moonlight Ciscades” (essa de grande influência latina) e “Somewhere”, esta mais orientada ao rap, já temos por si só nestas músicas uma demonstração clara do vanguardismo não fixo do trabalho. Com a industrial “Rage” e com as mais puramente eletrônicas “Rodent Tecnologies” e “Error” temos uma maior presença de um som e produção mais próximos a elementos clássicos do eletrônico, mas que não resvalam numa “mesmice” do gênero. Muito pelo contrário, canções puras eletrônicas mas empolgantes dentro do trabalho.

Já com o triumvirato “First Contact”, “Seagulls” e “Les Dinosaures” (estas duas encerramento do trabalho), temos a mistura exata de avant-garde, eletrônica com elementos pop. Enquanto na primeira citada temos uma canção rítmica e distorcida tradicional eletro, nas duas últimas a mescla entre sons e texturas naturais mescladas a melodias mais pop e ritmadas, em especial a de “Les Dinosaures”, mais serena e até pop. Esta última, inclusive, faz uma excelente faixa de encerramento para o trabalho, com sua melodia calma, de toques mais pop e eletrônicas, sendo um elemento chave na hora de encerrar uma audição tão “aventurosa” (isso para o dizer o mínimo, no bom sentido, claro) depois de tantas músicas distintas entre si.

Por fim, o trabalho em “Polymorphic” se prima pelo não conformismo dentro da eletrônica, o de querer e principalmente, conseguir fazer um trabalho com faixas tão coesas, diferentes entre si, que fogem da obviedade na eletrônica, mas interessantes e boas musicalmente. Um trabalho assim não é nada fácil de se fazer, e ainda assim, conseguiu ser uma experiência muito admirável, além de criativamente bem sucedida em todos os sentidos.

“Polymorphic” pode ser ouvido aqui:

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