O terceiro álbum de estúdio, apresentado por D Boone Pittman, recheia o momento com a percepção de mundo que o talentoso pastor metodista conseguiu capturar, através das lentes de uma consciência ativa e sensível aos acontecimentos e emoções do cotidiano.
Uma deliciosa atmosfera simplesmente acontece ao iniciarmos a jornada sonora com o álbum “Resurrection Noise” e suas 10 faixas, que agraciam nossos sentidos com traços culturais enraizados nas profundezas da terra mãe, destacando sua origem e o pulsar do coração.
Cada faixa respira uma deliciosa vibração que mistura o poderoso country com marcas culturais e históricas, formando uma fonte de entretenimento inesgotável, lançando pitadas de blues, rock e outros estilos, para avivar ainda mais as sensações transmitidas.
As narrativas destacam as trágicas enchentes no leste do Kentucky em 2022, ressaltando sutilmente, as dores que ainda marcam as pessoas que perderam alguém, incluindo o próprio Pittman, que perdeu o pai “Jackie” em 2021.
Nessa obra, não existe lugar para a tristeza reinar, apesar de fluir em temas tão delicados, as notas melódicas apresentam conforto, esperança e disposição, preenchendo a mente do ouvinte com respeito e solidariedade, ativando a energia da vida.
“Quando me sento para escrever, muito do que sai é o que está acontecendo ao meu redor naquele momento.” diz Pittman. “Este álbum é apenas mais um capítulo na história do mundo através das lentes que eu vejo. Desastres naturais, questões relacionais, luto, esperança, medo, amor, mágoa, dor, legado e mistério, está tudo lá.”
Destacando um pouco da consciência que movimenta os tons, East of Ravenna, primeira faixa, age como uma luz para acalentar os corações feridos, trazendo marcas de bluegrass, algumas experimentações e vibrações modernas.
Enquanto The Wildwood Flower, quinta faixa, é a história autobiográfica de seu relacionamento com a guitarra Martin D-28, herança de seu pai, forrada de notas leves que inspiram a vontade de se movimentar as brumas do tempo e celebrar as coisas que enchem o coração.
No lado mais contemplativo da obra, observamos a passagem graciosa da nona canção, The Question, aprofundando as reflexões sobre providência e teologia, recobrindo a percepção com uma agradável conversa entre amigos.
Perceberemos, notas de sinceridade em cada mensagem, recolhendo para nós, as mesmas cores que iluminaram a mente do artista e agora, desejam se conectar em nossa consciência musical.
Aprecie e compreenda como o pulsar em Nolan’s Cave, Love and Floods (and Other Natural Disasters), Where the Soul Goes, The Gig Downstream, Reason to Believe, Nobody’s Fault but Mine e Better Days, majestosamente se adapta ao seu momento e transformar a monotonia em uma primorosa experiência.
Saborear os acordes do violão, a intensidade da guitarra e a respiração rústica que o tempo inspirou, será gratificante e restaurador, na humanidade e no poder que a música possui.
Aprecie a construção rítmica dessa maravilhosa obra, em qualquer ambiente, sentindo e refletindo sobre as passagens da vida e as texturas que a modificam para a evolução espiritual do ser.
“Resurrection Noise” um álbum que fortalece a fé na conexão humana.
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