A brisa é fresca e com um curioso sabor de juventude. Quase como se fosse possível sentir a textura da grama úmida pelo orvalho nos primeiros raiares de luz do dia, a canção logo oferece uma alma praiana com sua levada pop punk nostálgica. Com uma veia majoritariamente acústica pelo sonar da guitarra de aparência opaca, Left On Read guia o ouvinte por seu enredo a partir de uma voz de timbre grave que, vinda de Finnegan Bell, faz lembrar, ligeiramente, aquele de Machine Gun Kelly. Como um perfeito single feature, a canção não demora em trazer uma textura vocal agudo-nasal que, pronunciada por Jj Moore, faz o ouvinte relembrar o timbre icônico de Tom DeLongue.
Contagiante e capaz de levar o espectador de volta aos idos dos anos 2000, Left On Read transpira um aroma adolescente enquanto trata da sensação de solidão, mas uma solidão imersa em rejeição, o que torna seu enredo ainda mais representativo em relação ao ouvinte teen. Anulação, esquecimento, desolamento e decepção. O jovem ainda não está preparado completamente para as doenças que a vida pode trazer ao coração e, no primeiro impacto, se vê mergulhado em uma profunda vala de depressão. E Left On Read é exatamente sobre isso, sobre um indivíduo de índole pura que se decepciona ao perceber que, parafraseando Cássia Eller, o para sempre, sempre acaba.
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