O ambiente já se mostra dançante, ainda que se sobressaia, curiosamente, uma base soturna. Tendo o timbre suave e sereno com um dulçor quase sintético, Enitu dá a Si, Maman, Si a mesma interpretação lírica que aquela dada por France Gall. O contraponto é a textura grave e sutilmente áspera que, vez ou outra, entre em cena a partir da voz de Yul.
O que mais surpreende na nova roupagem de Si, Maman, Si é que o refrão, iniciado agora de forma silábica, adquiriu uma cadência vocal que, acompanhada pela nova melodia, se assemelhou àquela estrutura presente em O Meu Sangue Ferve Por Você, single do Sidney Magal. Tal parentesco singelo, conferiu ao remix, consequentemente, aromas latinos de lambada e salsa. Ainda assim, porém, como já foi levantado anteriormente, a canção contém uma veia entristecida e cabisbaixa, detalhes que acabam recriando a energia da versão original. Afinal, o clássico de 1977 é embebido em uma profunda melancolia da personagem ao ver sua vida mudar completamente de cor quando seus amigos partem para longe, a deixando com uma sensação de completa solidão e anulação. Uma dobradinha de sofrimento que possui, sim, uma representatividade juvenil, mas não desmerece o vazio existencial que passou pelo coração da protagonista.
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