Thomas Marcus vem de Dusseldorf, cidade do oeste alemão, onde a veia artística e a indústria da moda se interligam. O artista é o nome por trás deste projeto chamado Outside Is Void, que chega ao seu primeiro álbum cheio e mostra do que ele é capaz, mesmo sendo uma ‘one-man-band’.
Multi-instrumentista, Thomas iniciou no teclado, o que é mais comum dentro da música, depois passou a tocar guitarra, quando morou nos Estados Unidos. Isso ajudou e muito a moldar sua sonoridade, que tem base na música eletrônica, mas com presença constante das seis cordas, que é a maior responsável pela organicidade do trabalho.
Intitulado “Light Gazer”, o álbum de estreia pode parecer que chega tardiamente, mas ao ouvi-lo, irá notar que este é o momento certo. Afinal de contas, parece que tudo aqui está em seu tempo e equilíbrio, até porque a sonoridade é influenciada por nomes enraizados, como New Order e Depeche Mode.
Logo, todo acúmulo de experiência do músico se faz presente no trabalho, que traz onze composições magníficas em uma tracklist equilibrada. O disco passa por momentos sombrios, alguns mais descontraídos, outros mais frios e em raros mais quentes, sendo sempre um trabalho consistente.
O toque mais atual, fica por conta das influências nítidas do Outside The Void dentro do cenário moderno do shoegaze e dream-pop, que dão um toque atemporal às faixas. Marcus também bebe na fonte de nomes tradicionais do rock contemporâneo, como o Curve e My Bloody Valentine.
E as composições aqui não costumam ser breves, mas objetivas. Com uma média de cinco minutos, as faixas exploram bem seus espaços, sendo que o artista as trabalha muito bem para que não soem maçantes e/ou tirem o foco do ouvinte. Pelo contrário, as principais composições conseguem prender-nos.
É difícil citar alguns destaques, mas é impossível não mencionar a synthpop / post-punk da faixa “Track”, que abre o disco com teclados futuristas e uma vibração intensa do baixo, além de dueto vocal masculino e feminino. Mais lisérgica, com uma ‘vibe’ hipnotizante, “Shine” é outro destaque e tem arranjos bem originais.
O indie e o shoegaze pedem passagem em “Gasoline”, um dos momentos raros de descontração no disco. “Petals”, em mais um dueto vocal masculino e feminino, além de “Far”, um épico de mais de nove minutos que fecha o álbum, são os outros destaques. Mas, a cada audição esses apontamentos podem mudar!
‘discovered and supported via Musosoup #sustainablecurator’
https://outsideisvoid.bandcamp.com/album/light-gazer-album
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