O quarto álbum de estúdio da banda tcheca November 2nd demorou nada mais que onze anos para sair. No entanto, a distância que separa este autointitulado lançado em novembro de 2023 de seu antecessor “Midnight Desert” (2012), é justificada por uma incrível transição sonora entre o power pop de suas antigas canções, para algo mais pop rock do atual disco. Mas isso não chega a ser uma guinada, pois a essência que banha Alexandra Langošová (guitarrista e vocalista), Roman Helcl (guitarrista), Jakub Vejnar (baixista) e Petr Ptáček (baterista) continua a pulsar em suas composições.
“November 2nd”, o álbum levou cinco anos para ser concebido, e o resultado não poderia sair melhor com suas dez músicas cobertas por climas agressivos, melódicos e apaixonantes. Este álbum não representa apenas um marco na discografia do quarteto, mas também serviu para que profissionais de gabarito experimentassem diversos arranjos, que deram certo nas canções. Por exemplo, uso de sintetizadores, efeitos inusitados de guitarra e até uma percussão digitalizada. Muito dessas ideias, partiu do produtor Boris Carloff que acompanha a banda já há bastante tempo. Isso gerou mais segurança na banda que tempos atrás foi indicada a prêmios da música em seu país.
O início com “Lights Are Out” é cativante pelo apelo hard rock dos riffs, mas quando entra “All Comes Down”, o disco abre um pouco ao pop mais pesado com ótima performance do baixo. Na sequência, “What It Feels Like” chega com uma melodia transcendental, formada por uma atmosfera relaxante e suave trazida pela voz delicada de Alexandra. Mas isso apenas faz sala para a imperiosa “Love Me or Leave Me (TX, TN)”, com uma distorção pesada e pegada mais forte. Diferente de “Last Kiss”, com uma cara mais setentista como os velhos clássicos do universo musical.
Uma das coisas que fazem deste álbum uma obra linda, é a dispensa de rótulos, pois em músicas como “Crossroads”, notamos como funcionou as experiências inseridas nele. Há de se frisar que nas mixagens estiveram envolvidas pessoas que trabalharam com gente do calibre de Peter Gabriel, Elvis Presley e outros. Mas a diversidade veio da banda mesmo, em canções como “Dirt in the Ditch”, com uma levada mais pausada, ou em “I Feel Love” que explora mais o peso das guitarras. Daí parte para “Comet”, com uma musicalidade mais comercial, mas com letra bem explícita. Finalmente, o álbum se encerra com “Island, Baby” com um belo groove na cozinha. Se você quer diversidade e uma nova experiência musical, o November 2nd lançou este álbum para te satisfazer.
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