Em 2022, a cantora Pammy soltou nas plataformas de streaming o single “Bitume”, que trouxe ao ouvinte uma suave melodia de voz e piano, com arranjos serenos. Essa experiência rendeu à artista que canta em francês uma aceitação maravilhosa, que a motivou nos presentear com mais uma canção, “Cassandre”, lançada em fevereiro de 2023, e que serviu de preparo para o terreno que acomodou o seu primeiro álbum completo, “Decima”. Além das duas músicas, o disco possui mais cinco temas adornados com a mais fina performance de harmonia e climas ligados ao conforto e cativação musical. Ideal a quem procura sofisticação.
O álbum oferece o encontro bem encaixado de uma atmosfera vintage, pelos arranjos e idioma da vocalista cantando em estilo gótico, com a modernidade de elementos eletrônicos como em “Cassandre”. A princípio, se nota a sutileza vocal de Pammy conduzindo divinamente bem a parte musical. Nessa primeira música, o quebra-cabeça já vai se fechando unindo cada peça em pontes harmônicas. A coisa se intensifica em “Combien ça vaut l’enfance?”, onde a polidez da voz da cantora se entrelaça com as teclas do piano, gerando um som único e espacial de melodia. Alguns efeitos de estúdio, deixam tudo ainda mais envolvente.
Em seguida, “Bitume” assume o posto de recipiente da sonoridade calma, com elegância e textura finíssima. A estética musical dessa execução sugere acalento e um mergulho profundo em seu íntimo. Aqui a base eletrônica que faz cama para a voz consoladora de Pammy, estimula um sentimento soturno de paz e melancolia. Contudo, “Paris”, uma faixa de cunho moderno meio que contrasta com as outras músicas por possuir uma empolgação diferenciada. Batidas pop com efeitos sintéticos fazem parte de sua estrutura sonora. Este tipo de música expande mais o horizonte da cantora que, apesar de se enquadrar em um rótulo, não se prende a um único estilo.
“Kyrie Eleison” dá seguimento ao álbum e traz consigo uma dose extra de sentimentos inibidos na alma. Mas no decorrer de sua execução, sentimos o desabrochar desse sentimento que vai de encontro à liberdade, como uma viagem sem destino. Mais adiante, a canção título “Decima”, expressa uma sonoridade singular, com arranjos de trilhas que caem bem em qualquer série de suspense. Aliás, talvez a cantora seja fã de cinema pela forma em que compõe suas músicas. Nelas, como em “Oceans of dream”, Pammy tenta explorar o interior do ouvinte com uma comunicação musical penetrante e hipnótica, como se fosse um filme que nos prende. Então, não perca tempo e corra para conferir o álbum.
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