Aos primeiros sonares agudos e adocicados do teclado imitando os tilintares do xilofone, muitos ouvintes podem ter suas pupilas dilatadas e seus pelos arrepiados por, sem demora, reconhecer tal icônica introdução. E desses, não é difícil não se recordar da releitura feita pelo Cueio Limão da mesma canção e de ter dúvidas sobre quem, verdadeiramente a escreveu.
A verdade é que sim, ela é assinada pelo Mr. Gyn, e, nessa versão acústica e ao vivo, no momento em que o ouvinte já familiarizado pelo corpo melódico original espera pela explosão rítmica, vem a bonança. Enquanto a levada da bateria continua a mesma, aquela sujeira de rock de garagem vinda das guitarras dá espaço a branduras cintilantes e esvoaçantes, transformando por completo a essência da música.
Divertida e ainda sendo capaz de extrair sorrisos tolos do ouvinte, o acústico de Minha Juventude consegue proporcionar requintes ainda mais profundos de uma mistura grandiosa de melancolia e nostalgia pelos tempos de adolescência. Surpreendendo a todas as expectativas, ainda, no momento em que a narrativa traz a visão da garota sobre sua vontade de terminar o relacionamento, o vocalista vai até a plateia e pede a uma mulher aleatória cantar tais versos.
Uma grande surpresa e uma grande dose de memórias doces de tempos de despreocupação que não voltam mais. Minha Juventude é o perfeito retrato das dores de um coração perdido em decepção pela rejeição do primeiro amor e um recorte temporal na vida de qualquer jovem pré-púbere e adolescente.
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