A forma como as percussões são apresentadas, com um batuque firme e compassado, soa como a introdução de um evento indígena. Talvez, essa de fato tenha sido a intenção de Mr. Strontium para favorecer e ampliar o senso de caos trazido por um vocal grave que, introduzido por Meg Cratty, vem regido por uma interpretação propositadamente esquizofrênica.
Após a primeira estrofe, estruturada apenas pela sintonia entre voz e percussão, o ouvinte é introduzido a uma guitarra de riff sujo, áspero e densamente cru. A maneira realista e de garagem com que ele surge dá voz aos ímpetos de indignação e absurdez por determinados cenários tornados comuns no novo milênio, graças ao advento da internet.
Movimentando sistematicamente entre o áspero e o cru, Main Streets Zulus chega oferecendo ao ouvinte um ponto de vista totalmente novo em relação ao relacionamento online. Claro que existe a crítica e o rechaço à assumição de uma dupla personalidade entre a imagem falsa criada especialmente para as redes sociais e a realista, aquela do dia a dia. Porém, o que o The Margaret Hooligans apresenta de diferente é a necessidade do predador por um reconhecimento pela sua adaptação ao novo mundo e por trazer a relação virtual como um negócio. Além disso, com tamanha severidade e rispidez, Meg traz a solidão como motivador para a adoção desse tipo de comportamento e repudia a atração superficial.
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