É bem interessante ver músicos como o australiano Tb Whiteside, que é um artista, de certo modo conservador (musicalmente falando) e convicto de suas decisões. Por que isso? Porque, além de ele ter apostado no lançamento deste material físico, em formato de CD (pois acredita no ritual de ouvir mídia física e ler o encarte, etc…), ele também preserva os cuidados na hora de gravar um trabalho.
Mesmo tendo todos os recursos tecnológicos possíveis nos dias atuais, o artista da pequena cidade de Horsham demorou 25 anos para gravar este seu álbum de estreia. Não apenas por ser detalhista, mas por ter paciência e escolher o melhor que entregar ao seu público. Nada mais honesto do que isso.
O resultado é este “Tales From The Greenhills Tavern”, um trabalho que traz onze composições em quase cinquenta minutos de músicas bem compostas, com arranjos detalhados, além de uma produção muito bem consistente, que trabalhou para deixar o som o mais orgânico possível, mas também lapidado.
Tb Whiteside transita pelo country, mas não se restringe a isso. Sua sonoridade mantém o leque aberto e ao apreciar o disco o ouvinte vai perceber que ele também traz flertes com o folk tradicional e até mesmo com o rock clássico. Tudo bem dosado e com o artista mostrando conhecimento de causa.
Quando abre o disco, “Just Singing a Song” chega como um folk muito intrincado. Com arranjos ricos nas cordas acústicas, o trabalho traz uma participação fundamental da dupla Eva & Elsa que, além da colaboração espetacular nos vocais, nos leva a uma viagem no tempo sem sair do lugar.
Enquanto isso, em “First World Problem Blues” o que o leitor (futuro ouvinte) imaginou, acontece mesmo. Trata-se de uma composição fincada no blues, mas também mantendo a essência country, principalmente nas guitarras, além de trazer flertes com o boogie.
Com um ritmo cativante e mantendo a aura do country contemporâneo tradicional, “Raise Your Glass (Song for Billy)” é uma faixa que parece tão simples, que é encantadora por sua real natureza. Outro destaque fica por conta de “Goodbye”, que fecha o disco com uma primazia incrível, como se as cortinas se fechassem bem devagar.
A conclusão é que os 25 anos produzindo um trabalho como este deu resultados, pois não há uma composição abaixo da média no tracklist de “Tales From The Greenhills Tavern”. No mais, pode ser um album que mescle gêneros específicos, mas pode ser ouvido por qualquer amante da boa música.
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