A guitarra grita, mas com uma essência prazerosa em sua maciez estonteantemente blues. Enquanto ela se contorce em seus melismas sensualizantes, bateria e baixo vão se unindo na construção de uma base rítmica tranquila, fluida, de forma a servir como uma espécie de guia espiritual ao instrumento-protagonista. Sem muito esforço, o contágio acaba sendo algo irrestrito e, principalmente, de uma inquestionável provocação irresistível.
Ainda que o instrumental, por si só, já seja suficiente para tornar a canção hipnótica e deliciosamente libidinosa em seu blues tradicional, Ann surpreende a, após a longa introdução, dar espaço para o último elemento a completar sua esfera melódica. Quando Brady Reeves assume o microfone, não apenas as pupilas do ouvinte se dilatam, mas também todos os pelos do corpo se eriçam em um arrepio incentivado pela suavidade com que o cantor apresenta uma voz rasgada, grave e forte.
Com ela agora sendo perfeitamente audível e devidamente posta em seu lugar, Ann, enfim, encontra seu podium no que se refere à força, cadência, sensualidade e maciez. Tudo combinado de uma forma a prevalecer o lado mais profundo e puro de um blues que faz o ouvinte se sentir caminhando pelas ruas de uma Nova Orleans do início dos anos 60.
Mais informações:
YouTube: https://www.youtube.com/@themidnightshepherds5002
Facebook: https://web.facebook.com/TheMidnightShepherds?_rdc=1&_rdr
Instagram: https://www.instagram.com/themidnightshepherds/
discovered and supported via Musosoup #sustainablecurator
