Ela vem mansa, cuidadosa, delicada. Com seu caminhar macio e cauteloso, ela vai desnudando sua silhueta juvenil, mas imponente em seus olhos de brilhos de pura ingenuidade. Com aroma floral a partir da desenvoltura arejada e sutil da guitarra, a canção estende a mão ao ouvinte em um gesto de confiança para que, juntos, caminhem pelo ambiente extrassensorial proposto por uma sonoridade que, apesar de ainda exalar prematuridade, já desdenha generosas doses de nostalgia e frescor.
Misturando, de maneira educada, noções de blues e soft rock, The Elephant In The Room tem seu êxtase de delicadeza rompido por um timbre grave que, vindo de Prince Of Sweden, traz sua pronúncia inglesa de forma afiada e transparente. Crescendo em harmonia entre o final da segunda estrofe e o começo da terceira, a faixa passa a contar com o sonar seco do chimbal contando o tempo rítmico e uma guitarra agora de riff ecoante que salienta o frescor do violão na base sonora.
É inegável e inquestionável que The Elephant In The Room é uma canção que, apesar de ter mais de sete minutos de duração, faz com que o ouvinte nem sinta o tempo passar tamanha a sua sensibilidade estética e gentileza melódica. Ela é simplesmente uma canção que funciona como um abraço em meio ao medo, um ombro amigo em meio à dor e um olhar de compaixão em meio às inseguranças.
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