Abhoth é uma ‘one-man-band’ que estreia com este disco autointitulado. O trabalho foi produzido no primeiro mês de 2024 na casa do próprio músico, em Nova Jersey, capturando o clima gélido e sombrio daquele período (é inverno no hemisfério norte), o que deu o teor necessário ao disco.
Afinal de contas, estamos diante de algo que trilha os caminhos do black metal e dark ambiente, mas que não fecha o leque pra isso, agregando elementos do doom metal também, principalmente no ritmo das composições, que são cadenciados e com leves toques fúnebres. Isso ajuda a dar versatilidade ao EP debut.
São cinco músicas onde Abhoth já conseguiu criar uma identidade. Com uma produção visceral, ele entrega guitarras que zunem em riffs cortantes, nem sempre afiados, mas propensos ao objetivo. Teclados macabros fazem a cama das composições, representando o lado ambiente e as deixando mais soturnas possível, tudo bem encaixado.
Difícil destacar uma ou outra música, e até injusto, mas para se ter uma ideia do que se passa, “The Soil”, que abre o trabalho, é um bom resumo da sonoridade, trazendo todos os elementos encontrados no disco.
Com uma bateria inicialmente brande, com condução trilhada pelo chimbal, a música vai ganhando corpo levemente, revelando uma faceta progressiva do Abhoth, que mostra mais uma de suas características. Os vocais rasgados com efeitos, mostra um ar maléfico e sombrio, típicos do estilo. “The Soil”, apesar da introspecção, é uma ótima faixa de abertura.
Ouça também “Ungracious Spawn”, a que mais nos remete ao doom. Com riffs consistentes de guitarras, a música ainda traz um baixo pulsante, que marca seu território e também é uma das faixas mais simples do trabalho, talvez por sua objetividade, já que é uma das que tem menos de quatro minutos. Atenção para as linhas vocais angustiantes.
Por fim, não deixe de conferir “Bellepain Frost”, uma composição onde é ressaltado todo lado dark ambient do Abhoth, que utiliza apenas sintetizadores, com camadas atmosféricas, eruditas e até simulações de sons da floresta. Ou seja, ele realmente conhece o caminho daquilo que propõe e a canção acaba sendo um encerramento com chave de ouro.
Se vermos que esta estreia começou a ser produzido há menos de três meses, gravado de forma totalmente independente, entendemos que, além de honrar as qualidades do que propõe, o Abhoth dá uma aula de superação e de como aproveitar recursos mínimos para entregar algo muito bom!
‘discovered and supported via Musosoup #sustainablecurator’
https://open.spotify.com/artist/5m3ptqAkHhSmuJ1Q09urGX?si=4FfDFo_gQHu-Prx6eKzfqg
https://youtube.com/channel/UCt3wAvbNJW3GwYgenVRPVbg?si=KxREm4FtnAoel92P
https://www.instagram.com/abhoth_band?igsh=cWZ4bWE3bXJkbmY2&utm_source=qr