Ela começa com uma combinação excêntrica, mas que causa um agradável senso de conforto pela maciez que é produzida. Enquanto o violino surge em notas secas e ligeiramente graves, o violão surge macio e com grandes doses de frescor. Sob uma batida igualmente aveludada, a canção passa a ser regida por uma voz de caráter doce e profundamente sereno.
Trazendo uma referência em relação ao timbre de posse de Jason Mraz, Jesse amplifica o frescor a partir da delicadeza com que insere os versos líricos nas camadas sonoras. Ganhando um charme quase teatral a partir da valsa do violino, o qual passa a inserir uma energia ligeiramente melancólica, Water To The Flame desemboca em um refrão de estrutura harmônica simples, mas densamente contagiante.
Acústica na maior parte do tempo, a canção é estruturada com uma interessante fórmula lírica que prende a atenção do ouvinte por trazer, de fato, uma história. Uma narrativa em que é contada, em primeira pessoa, a forma como um indivíduo lida com as dores de um amor infrutífero. De um indivíduo vítima da frieza do outro alguém que apenas brincou com seus sentimentos. De alguém refém da insensibilidade do outro. Não é difícil, portanto, que o JC And The Tree acabe representando muitos ouvintes com esse tipo de enredo sofrido, melancólico, nostálgico. Dolorido.
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