É interessante ver como a distorção da guitarra pode fornecer tanto conceitos de uma dissonância proposital, quanto de uma embrionária melodia. Dessa forma, enquanto a estridência do instrumento vai tentando encontrar o seu melhor ponto, a sonoridade que se tem vai fazendo com que o ouvinte mergulhe em uma interessante sequência de emoções.
Do seu dulçor duelante com certo grau de caos, a guitarra faz com que o espectador tenha acessos de melancolia e nostalgia com aquela típica pontada no peito em sinal de medo. De insegurança. Crua em sua máxima essência, 15 (When I Leave) é regida por consequentes ruídos que acompanham toda a sua execução em uma mistura da textura lo-fi.
Tendo o ritmo desenhado por uma bateria de sonoridade ao modo garagem, a canção destaca o timbre agudo, açucarado e de um veludo quase fabricado de Edie Yvonne. Conseguindo ser contagiante em sua métrica estrutural à la pop punk, 15 (When I Leave) traz a cantora expondo seus medos, inseguranças e expectativas ao mudar para um novo colégio.
Porém, o que mais chama a atenção na canção é a questão da autoimagem. Um conceito quase nulo na adolescência, uma vez que se parecer com os populares é o único meio visto de ser aceito e bem-visto pelos outros. Enquanto isso, o verdadeiro eu acaba permanecendo na gaveta aguardando o momento da maturidade da consciência chegar para que, finalmente, possa ser exibido ao mundo, sem medo.
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