Uma obra que começa macia e gradativa a partir de uma boa utilização do efeito fade in. Soando de maneira perfumada em sua adorável mistura de new wave e synth-pop, a canção consegue, mesmo durante seus primeiros instantes, fornecer ao ouvinte um curioso senso de melancolia que molda uma paisagem chuvosa, mas não caótica, em sua imaginação.
O interessante é perceber que a canção traz, como ponto alto de sua textura melódica, um veludo reconfortante e acolhedor, mas, principalmente, repleto de compaixão. E o que auxilia muito nesse processo é não apenas o timbre doce de Eny, o qual vai moldando o enredo lírico, mas também a interpretação dada pela cantora às palavras proferidas.
Gentis, educadas e sensitivas, elas saem de sua boca trazendo certo grau de sofrimento, mas ao mesmo tempo apoio para aqueles que, de alguma forma, estão com o emocional abalado. Não por menos que, conforme vai atingindo seu ápice narrativo, Hear Me Out acaba desfilando, sugerindo e distribuindo felizes doses de esperança por meio de uma crescente harmônica capaz de ser tocante.
A partir desses pontos, o ouvinte pode e, de fato, tem suas angústias representadas pela forma doce com que Eny constrói cada verso. Ainda, ele tem a certeza de que, em algum momento, seus pedidos de socorro e ajuda serão ouvidos e atendidos com prontidão e compaixão.
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