Me & Melancholy traz o clima perdido do Synth-pop para os dias atuais em “Illusio Veri”

Com um álbum por ano lançados desde 2022, Me & Melancholy entrega o seu terceiro disco chamado “Illusio Veri” que, tirado do latim, significa “Ilusão da Verdade”. O criador deste projeto compôs nove músicas a começar por “My bucket of things to do before I die”. De imediato, nos transportamos aos tempos áureos da new wave. Em músicas como “Meant to be broken” e “I can see you so clear in the night”, por exemplo, temos um trabalho completamente mergulhado em melodias de sintetizador, com batidas bastante características dos anos oitenta e vocais expressivos. Mas adicionado a isso, temos uma produção perfeitamente moderna.

Se você é um saudosista de mão cheia e vive na utopia de ouvir coisas novas daquela cena, pode vibrar com este projeto, pois canções como “Tears in the rain” são verdadeiras encarnações de bandas como Information Society e Depeche Mode. Embora a banda não seja daquela época, pois o seu primeiro trabalho de estúdio – segundo dados do Spotify – data de 2022, a atmosfera criada aqui é tremendamente arrebatadora. Se aprofundando mais nesse gancho, se músicas como “24 Hour Square” fugir à compreensão de alguém da nova geração, é só perguntar aos seus pais de que eles mais lembram ao escutá-la.

O talento com que são escolhidas as notas, como é formada a harmonia para então dar forma a melodia, parece ser feito com bastante perícia. O jogo de ritmo impressos em canções mais melosas como “Clear blue skies” busca esse resultado, e encontra. “Illusio Veri” é um álbum livre de tranqueiras sonoras e muito performático. Além disso, há ligações contínuas entre uma música e outra, como está sequenciado em “All the money in the world”. Essa técnica, no entanto, foi uma prática muito comum entre os anos setenta e oitenta, principalmente entre bandas psicodélicas. Aliás, há algum psicodelismo aqui também.

Retornando um pouco uma das influências que comentei, “The chosen few” é uma das faixas que mais bebeu da fonte de Depeche. O timbre dos teclados, a climatização e a condução da base parecem até que foram desenvolvidas pelo próprio Martin Gore. Mas claro que este mérito é Peter Ehrling, compositor e criador deste projeto. O álbum atinge tanto os nossos sentimentos que, ao percebermos que “When the morning comes” é a última faixa, a saudade extravasa. Curioso como músicas recém-compostas possuem esse poder. E assim, o Me & Melancholy arranca de nós estranhas sensações de ‘Déjà vu’.

Ouça “Illusio Veri” pelo Spotify.

Siga o projeto pelo Instagram.

https://instagram.com/meandmelancholymusic

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