Seu início permite uma interessante experimentação de texturas. Enquanto o baixo tem seu sonar deslizante por entre notas gradativamente graves, o movimento macio do chocalho insere toques ligeiramente ásperos no ambiente de essência inicialmente entorpecente. Rapidamente, como um supetão, a bateria de Matt Rheeston entra em cena de forma crua com seu sonar estridente já introduzindo uma levada ligeiramente rígida como primeiras silhuetas rítmicas da canção.
Por entre sonares agudos provindos do sample de maneira a trazer uma ligeira conotação melódica à faixa ainda em desenvolvimento, Mason Le Long e Rheeston vão se combinando entre vocal e backing vocal, criando uma harmonia doce e suave para o contexto rítmico-melódico. O interessante, nesse ínterim, é perceber como o som truncado da faixa se torna uma qualidade, um diferencial da mesma.
Contagiante à sua maneira, Knew No Different passa a explorar sonares ácidos e com um chiado que, de maneira singela, incute traços de lo-fi na receita melódica. Ainda assim, quando a faixa entra na fase de seu instrumental, ela garante uma ambiência macia, agradável e entorpecente capaz de embriagar o ouvinte com a sua crueza estrutural.
De repente, o cenário ganha um ar tenso. O lo-fi ganha ainda mais protagonismo, enquanto traços do synth-pop passam a ser identificados. De teclado de notas sincopadas de forma a flertar com o blues, ou mesmo com o boogie woogie, Knew No Different é uma faixa que progride estilisticamente, mas sem perder a sua base crua, estridente e de garagem, bem como seu viés experimental.
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