Pelo som e pela forma como o piano se movimenta durante a introdução, o ouvinte já tem acesso à total percepção de se tratar de uma canção delicada, dramática e melancólica. Doce e com toques sofridos, a melodia minimalista é logo acompanhada por um vocal feminino de timbre agudo e açucarado. Esse tom entrega requintes tocantes a uma sonoridade que, por mais que ainda esteja tomando forma, é agraciada por uma base aconchegantemente transcendental. De requintes folks, ela começa a ganha pressão e consistência a partir do momento em que a bateria entra com frases explosivas e de cunho interpretativo visceral. Enquanto, ao fundo, é possível notar uma valsa ligeiramente ácida provinda da guitarra, quando atinge seu ápice, The Flowers entra em uma espécie de torpor melancólico-nostálgico de intensa dramaturgia e, até, sofrimento. Isso acontece principalmente graças ao sobrevoo valsante e gélido do violino na base melódica, o qual funciona como o exortar de lágrimas há muito represadas. Esteticamente bem trabalhada e sonoramente bem mixada, a canção se matura como um produto sobre saudade.
O novo ambiente segue o viés dramático da canção, mas agora com uma novidade na estrutura estética. Quem domina as linhas líricas é uma voz masculina de essência agridoce. Entregando visceralidade e um sentimentalismo exacerbado, o vocalista, por vezes na companhia de uma backing vocal que amplia delicadamente a harmonia, vai fazendo de Rain um novo produto triste sobre um coração machucado por um amor descontinuado.
O novo cenário começa ainda mantendo as silhuetas dramáticas e minimalistas. Mantendo as lágrimas de sangue em pleno curso pelo seio da face, o vocalista, ao lado do piano, vai desfilando torpor e sofrimento até que a nascente seca e fica apenas a dor do corte no centro do coração. Isso acontece conforme We Were Dancing vai ganhando ritmo por meio dos batuques do agogô, mas atinge seu ápice quando a cantora de The Flowers assume o microfone para si durante o refrão e lança lamentações sinceras sobre um relacionamento que não se desenvolveu.
Epochs é um EP intenso, visceral, dramático e majoritariamente minimalista. Seu sentimentalismo é tamanho que, apesar de ter cinco faixas, as três primeiras já fazem o ouvinte sofrer junto aos protagonistas, chorar junto aos protagonistas e reviver cenas de amores passados durante sua própria existência.
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