Seu amanhecer já vem regido por um dulçor sintético e uma estranha, mas interessante, sensação de melancolia perambulando livremente pelo ambiente. Com uma estética que comunica uma aparente imersão no campo da new wave, a canção também apresenta toques de chiptune a partir de seus sonares suavemente tilintantes proporcionados pelo sintetizador.
Assim que a bateria surge por entre um único, mas certeiro e preciso, golpe na caixa, a canção encaminha o ouvinte para um primeiro verso de cadência sincopada, mas de atmosfera contagiosamente entorpecente. De base ligeiramente ácida, esse é o momento em que o violão proporciona, ao ouvinte, um processo de introspecção inegável que, junto ao vocal de timbre doce que se apresenta sob uma interpretação lírica sussurrante, se torna, inclusive, irresistível e incontrolável.
Desembocando em um refrão de atmosfera interessantemente dramática, Gave Up On Me se matura, de fato, como uma canção new wave, mas sem seus traços de dança tradicionais. Com essa estrutura rítmico-melódica, ela apresenta um 10 Billion Lost dialogando sobre um senso de solidão e introspecção profunda que chega a até ter traços lancinantes que, inclusive, tangenciam a morbidez pelo seu aroma depressivo. Afinal, o personagem lírico se vê confortável em sua própria e única companhia, ao mesmo tempo em que, de certa forma, se vê grato pelo fato de as pessoas terem desistido dele.
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