Por meio dos violinos, a faixa começa com uma textura interessantemente borbulhante. Rapidamente, depois do torpor, a canção começa a trazer o ouvinte de volta às suas capacidades lúcidas através da entrada do baixo em seus riffs groovados e firmes em suas potencialidades cuidadosamente posicionadas. Ao lado do chimbal, o instrumento dá à estrutura ainda em formação toques de swing e frescor que deixam a ambiência leve, macia e contagiante. Se maturando, a partir do primeiro verso, como um produto definitivamente swingado, Imagination – Orchestral Version é capaz, ainda, de desenhar silhuetas new wave a ponto de fornecer similaridades estéticas para com Let’s Dance, single de David Bowie. De refrão extasiante, graças à gelidez aguda das notas do teclado, a canção consegue ser, inclusive, incitante à dança.
Em Imagination – Orchestral Extended Version, o ouvinte tem acesso a mais instantes de torpor a partir da maciez valsante e fantástica fornecida pelo violino. Solitário e, portanto, protagonista de seu próprio momento, o instrumento é capaz de construir uma ambiência aromática, perfumada e floral que contagia o ouvinte com suas pitadas de classicismo. Formada, ainda, por frases ondulantes que buscam picos harmônicos, ela é definida como uma obra doce, fresca e aveludada que inebria o espectador com sua delicadeza estética até o encaminhar para a introdução padrão de Imagination.
Com direito ainda à versão original de Imagination, o material é agraciado por aquela dita como sua principal versão estendida. Por entre sonares sintéticos e esvoaçantes, a sensualidade já toma, curiosamente, conta de sua imediata introdução. Semelhante ao sonar de vento, o ouvinte é recebido por uma sensação de vaivém de ondas de ar até ser introduzido ao verdadeiro amanhecer de Imagination – Main Extended Version. Entre guitarras agudas e swingadas, teclados e sintetizadores entregando uma agudez gélida e fresca, e o baixo desfilando libido por meio de seu groove encorpado, a presente versão vem apenas somar a grandeza experimental permitida pela obra do Belouis Some.
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