Ela nasce ao mesmo tempo embriagante e curiosamente nauseante. De essência entorpecente a partir de seus dulçores sintéticos e aveludados, sua introdução traz uma delicadeza de caráter abrangentemente hipnótico em sua linearidade ondulante e estrutural. Ainda que roubando a lucidez do ouvinte, assim que o bumbo é ouvido em golpes espaçados indicando, com precisão, a cadência rítmica, o espectador recobre sua capacidade de pensar.
Com uma levada aparentemente orgânica, a bateria vai se mostrando, definitivamente, o elemento a incitar a consciência em meio à embriaguez generalizada proposta pela melodia de essência ligeiramente popeada. Ao lado da guitarra que surge pouco depois, o instrumento, por meio de seu chimbal que soa ligeiramente tremulante, acaba inserindo, na receita da canção, doses bem-vindas de um swing cativante.
Após um repique, é a vez do baixo entrar em cena entregando, com seu groove encorpado, uma base melódica robusta e consistente em presenças pontuais e, também, interessantemente, com requintes alucinantes. Com essa estrutura, a versão remixada de Teacher, faixa creditada a Massimiliano Pagliara, recebe, enfim, Greg Bounce e seu timbre suavemente grave, mas de interpretação lírica profundamente entorpecente.
Com todos os elementos sonoros em ação, a canção tem, então, sua arquitetura maturada e evidenciada em sua plenitude estrutural: groovada, swingada e entorpecente de forma a envolver o ouvinte em sua melodia flertante com o campo da new wave e sua ambiência setentista.
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