Já nos seus sonares iniciais, a canção, por meio da forma como o timbre e a interpretação lírica de Shannon Darcy se combinam com as notas graves e propositadamente espaçadas do piano, já desfila uma densa dramaticidade barroca e soturna. Nesse aspecto, é inegável a percepção de que existe certo grau de influência entre a presente introdução e a atmosfera criada por Billie Eilish em suas respectivas canções.
Com sua rouquidão particular, Shannon consegue dar um ar cinematográfico e dramatúrgico ao cenário enegrecido e introspectivo cuja criação se desenvolve de maneira sensivelmente lancinante. Desfilando uma afinação surpreendente e controle vocal consistente, a cantora passeia livremente por entre melismas capazes de carregar, em si, as aflições e as angústias por ela sentidas.
Ainda que caminhando por delicadezas espectrais a partir da forma como traz seus sentimentos, Shannon consegue transportar toda a sua inconsistência emocional banhada em incertezas e inseguranças para além do contexto melódico. Deixando clara a sua necessidade e busca por autoconhecimento e, até mesmo, autopertencimento, ela faz de I Am uma verdadeira conexão com si para saber quem realmente é.
Nesse aspecto, não é de se espantar, portanto, que o verso que carrega toda a essência da obra em sua máxima agonia entorpecente é “I don’t know who I am”. Afinal, é aqui que ela assume e escancara a realidade de seu distanciamento consigo mesma. Qual a sensação de ser quem se é? Existe prazer em ser quem se é mesmo em suas ações menos positivas?. Essas são algumas das questões buscadas pela protagonista nessa que é uma canção autobiográfica de caráter generosamente morfinesco.
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