A introdução tem como abre-alas um sonar ácido, estridente e de natureza sintética. Rapidamente, porém, o cenário se torna fresco e aveludado graças ao timbre doce e refrescante de Pixia inserido no contexto melódico assim que a cantora assume sua respectiva posição.
De fundo agradavelmente grave de forma a destacar uma força aparentemente ainda não trabalhada em sua voz, Pixia vai, sem demora, transformando o que parecia ser uma canção house music padrão em algo mais profundo. De essência contagiantemente entorpecente em sua embrionária noção de melancolia fundida no sombrio, Last Words deixa claro, a partir do refrão, sua verdadeira mensagem.
Narrando não apenas o fato tristemente lancinante do fim do fogo do amor, Last Words é onde Pixia também lida com suas emoções ainda não resolvidas e interpretadas da melhor forma. Com isso, a cantora acaba por espantar o caráter dançante típico de uma música house e torna as linhas líricas o verdadeiro chamariz. E nesse processo, a delicadeza de seu timbre e sua pronúncia bem articulada auxiliam tanto na compreensão da história que está sendo contada quanto na atração do ouvinte.
Não é difícil para o ouvinte, portanto, identificar a dor, a dúvida, mas também um curioso senso de satisfação em se ver livre de um relacionamento infrutífero. Talvez por essa razão, exista uma essência sombria e melancólica pairando pela atmosfera da canção, mas sem tirar o mérito profundo de seu diálogo, o qual nada mais é do que uma forma de buscar o autoconhecimento.
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