Estamos diante do novo álbum do rapper Bent Joshua, “At My Wits’ End”. Seu estilo não é do tipo agressivo, como costuma gravar a maior parte dos artistas dessa cena. Essencialmente, Joshua é um poeta que disserta sobre sua visão de mundo de um jeito harmônico e melodioso. A primeira música, simplesmente nominada como “Coffee” já traduz um pouco de seu estilo. Trata-se de rimas suaves e proporcionalmente executadas junto à batidas cadenciadas. A canção seguinte, “Open Sea” emite um groove bem mais solto, embora o clima tranquilo dos arranjos convertam isso na assinatura do cantor, que é a leveza.
Algumas instrumentais podem ser bem versáteis e, em músicas como “Let You Go”, podem se tornar um pouco melancólicas. Nesta canção, a voz de Joshua parece um pouco mais puxada, mostrando um tipo de relaxamento ao canto. Aqui, a atmosfera gerada por alguns efeitos de guitarra nos remete a algo profundo. Em contraste às sensações da última canção, “Nightmare” já traz um despertar em nossa audição. Nesta faixa, Joshua pisa um pouco mais no acelerador, mas consegue manter serenidade no contexto da música. Apesar disso, o gingado e as batidas que estão um pouco mais fortes, elevam a empolgação do álbum.
Olhando aqui, para o lado mais humano, devemos entender que este álbum é uma obra independente e, que, diferente dos discos anteriores “For Posterity’s Sake” (2023) e “Sink or Swim” (2023), “At My Wits’ End” traz uma carga emotiva mais expressiva, como em “Wears a Smile”. Talvez os motivos que levaram o rapper a produzir um álbum bem mais maduro e intimista, serviram para esse resultado. Apesar de o disco ser melódico e virtuoso, parece não existir uma preocupação em Joshua para sair afinado, pois em canções como “You’re Not Around”, o músico parece se deleitar no despojamento e naturalidade.
No entanto, para quem gosta de músicas sensoriais pode se alegrar com “All My Faults” que, sem esconder o deslizar das cordas de violão, segue completando a deliciosa sensação de bem-estar que o álbum inteiro nos fornece. Destaque, inclusive, aos leves dedilhados da introdução que canalizam a magia gerada nos minutos seguintes. E para encerrar o disco, a música “Globe” mergulha na sessão cativante do disco com uma vibe mais empolgante. Seja pelas batidas bem compassadas, como pelos versos bem rimados, essa música se destaca pela animação. Em resumo, “At My Wits’ End” é um bom trabalho que, talvez, não procura um grande sucesso mainstream, pois soa bastante despretensioso.
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