O ukulele traz um dulçor e uma delicadeza tão melódicos e confortáveis que faz com que o ouvinte já se sinta relaxado e inebriado em sua maciez estrutural. Rapidamente, um sonar ácido e sintético vai sendo inserido em punchs que conferem certo grau de uma interessante vivacidade à introdução.
Crescendo em elementos e em harmonia, esta graças e curiosamente adquirida pelo sonar frágil do chocalho delimitando o escopo rítmico, a canção passa a ter um corpo razoavelmente consistente a partir da contribuição do baixo. Quando enfim entra no primeiro verso, a obra tem a sua camada lírica preenchida por uma voz doce com fundo grave que, vinda de Starbloom, começa a inserir o enredo lírico com notável frescor e delicadeza.
Macia e contagiante, 1969 flui para um refrão esteticamente aconchegante e convidativamente harmônico pela junção dos backing vocals dando suporte aos versos pronunciados pelo vocalista. Com essa estrutura, a música vem com um enredo narrativo muito bem construído que, como seu próprio nome sugere, é ambientado no ano de 1969.
A rotina e a tranquilidade, mas também a transformação daquele tempo em que a sociedade estadunidense vivia à mercê e na iminência de uma guerra, tendo seus adolescentes, no auge de seus 18 anos, sendo convocados ao confronto. Ainda assim, em meio a essa desconfortável segurança, Neil Armstrong, com seu ato de fincar a bandeira do país no solo lunar, deu esperança a uma comunidade insegura, mas humanamente sonhadora pela paz e pelo bem-estar.
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