O lançamento do EP “Octopussy”, joga a banda australiana Liposuction a uma posição expressiva no cenário musical. Formada por um trio, este grupo de Brisbane, Queensland, faz uma mescla baseada na new wave, embora algumas atitudes somem à música punk. Mas não se engane, este EP de seis canções mostra muito mais coisas, fazendo de Sunday Hunter (vocal, guitarra e teclados), Shannon Kilcoyne (baixo) e James Hurwood (bateria) verdadeiros mestres da versatilidade. Sinteticamente falando, a banda constroi faixas cativantes, cheias de elementos e climas dos mais variados. O fator em comum que há entre elas é a agressividade, embora harmoniosas.
O trabalho se inicia com a faixa título, que depois de uma introdução segue caminhos cativando o ouvinte. Destaque para climas criados pelos teclados e marcações sempre presentes do baixo. Outra coisa que chama atenção é o peso que o trio cria em cima de linhas agradáveis. Nota-se na canção que dá nome ao EP, boas entonações vocais, principalmente no refrão. Uma das influências da Octopussy é outra banda australiana chamada Amyl and the Sniffers, que faz um som mais voltado ao punk rock. Mas em músicas como “Boring Residue”, essa similaridade aparece na velocidade, atitude e acordes de poucas notas. A energia de sobra aqui tanto pela vocalista, como pela execução inquietante do baixo.
A parte melódica que mencionei agora há pouco, cai sobre “Pour Some Dollars On Me” que é bem cadenciada e revela maturidade na condução. Aqui, a empolgação toma forma de festa e não há como ficar parado ouvindo a pegada que a bateria faz. Na sequência, o hard rock ao bom estilo setentista toma forma em “Hell Hole”. Para este tiozão que vos fala, já adianto que esta é a melhor música do álbum, na minha opinião. Voz carregada de anseios, riffs certeiros e um solo brilhante estão aqui.
Se você gosta de algo mais leve, vá embora, pois aqui a exemplo de “Guns Blazing”, o que não é veloz é pesado. Saiba que o som da Liposuction não é para adolescentes que ainda não saíram das fraldas, mas sim para quem pretende sair à procura da liberdade e chutar bundas preconceituosas pela cidade. A parte ruim dessa história é que, quanto menos se espera, já estamos ouvindo a última música, tamanha é a empolgação. Este é o efeito que a música “She Hz” e as outras causam, pois o que é bom sempre dura pouco.
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