O iniciar imediato da canção já é regido pelos tilintares sequenciais e terciários da cúpula do prato de condução. Aqui, o ouvinte já adquire uma boa noção de que a obra a que está ouvindo pertence à vertente do jazz. Assim que o piano entra em cena dando o corpo sonoro à base rítmica, tal percepção ganha ares de razão, enquanto o swing começa, educadamente, a tomar conta do espaço.
Ainda que gélido e ligeiramente melancólico, o cenário adquire levantes energéticos a partir do teclado. No caso em questão, o instrumento toma o seu lugar a partir de um sonar agudo estridente que entrega certos graus de vivacidade em meio ao torpor oferecido pelo escopo rítmico-melódico até então. Ainda, o novo elemento é capaz de inserir, na música, surpreendentes noções de psicodelia que deixam sua atmosfera ainda mais inquietante.
Trazendo uma vivacidade com curiosos graus de progressividade, o teclado ainda consegue, imerso na linearidade estrutural, transformar a canção em um produto de cunho hipnótico. Extasiante, Mastermind se mostra uma música inteiramente instrumental que ganha corpo somente em sua segunda metade, momento em que o baixo entra em cena com seu sonar grave e seco, mas com um toque de frescor típico do jazz.
Mais informações:
Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/4eZVEiASIU8E7E8jM90tTs
Site Oficial: https://bernardfichtner.de