Existe um frescor densamente melancólico na forma como o violão se movimenta nos momentos imediatos da introdução. Macio, mas de pose cabisbaixa, quase visceral em sua tristeza lacrimal, ele permite ao ouvinte vislumbrar uma paisagem monocromática em um tom cinza pegajoso.
Ondulante em sua linearidade quase espectral, o instrumento permite a entrada de uma voz de timbre brando. Fornecida por Diego Philips, ela assume seu posto no esboço do desenho lírico por meio de uma interpretação sussurrante. É interessante, nesse ínterim, perceber como a canção consegue prender a atenção do ouvinte por meio de uma estrutura imutável em sua sonoridade. Uma sonoridade capaz de promover o mais profundo senso de torpor.
Em meio a essa delicadeza chorosa, Water se transforma em algo dramático a partir da entrada do violino. Sobrevoando amaciadamente a melodia com sua fragilidade lacrimal, ele é o elemento que concretiza a atmosfera introspectiva proposta por Philips desde o começo da canção. O interessante nisso é observar como um minimalismo rígido em sua significância é capaz de promover tantas sensações homogêneas por meio de uma proposta sensorial profunda que atravessa os limites do som. De fato, esse é o verdadeiro e incontestável trunfo da nova composição do compositor inglês.
Mais informações:
Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/3ccrJOoILrsst0M1V0PlP3
Site Oficial: https://www.diegophilips.com
Facebook: https://facebook.com/diegophilipsmusic/
Twitter: https://twitter.com/SirPhilipsII
Soundcloud: https://soundcloud.com/dieguiph
Bandcamp: https://diegophilips.bandcamp.com
YouTube: https://www.youtube.com/diegophilips
Instagram: https://www.instagram.com/dphilips/