Seu início traz um sabor ácido em meio a uma estrutura sintética, digital. Preenchida rapidamente por um beat amaciado em sua cadência 4×4, a canção passa a ter sinais claros de fluidez estrutural. Misturando noções de new wave e synth-pop, a obra é capaz de, inclusive, transpirar essências curiosamente dançantes por meio de sua desenvoltura melódica. Estruturalmente aveludada, a obra passa a ter, como elemento que preenche as camadas líricas, uma voz serena de interpretação sussurrante a ponto de soar embriagante. The Sun And The Rainfall é, portanto, uma faixa que consegue ser contagiante a partir de uma energia interessantemente sombria e entorpecente.
Mais acelerada que a estrutura proposta na canção anterior, a presente introdução já é capaz de comunicar a fusão do EDM à receita melódica do novo enredo em processo de maturação. Por entre uma sonoridade ácida e borbulhante, a canção acaba recebendo uma voz feminina de timbre aveludado, mas de notas interessantemente gélidas, Eis Zeyneb contribuindo com o desenho do enredo lírico. Com ela no comando do microfone, 3e Sexe acaba transpirando aromas curiosamente e, também, despropositadamente sensualizantes no decorrer de sua desenvoltura melódica. Inserindo requintes generosos de synth-pop na receita sonora, a cantora dá um charme a mais à 3e Sexe pelo fato de oferecer um escopo lírico calcado no idioma francês.
Seu início já vem imbuído em uma brandura fresca e adoravelmente entorpecente. Macia em sua essência por conta da maneira como sua sonoridade sintética se movimenta, a canção tem, no beat, o elemento que, ao menos, tenta trazer o ouvinte de volta à sua capacidade de raciocínio. Oferecendo, também, requintes de uma delicada sensualidade, This Modern Love é uma música de atmosfera aromática, mas aprofundada em um senso de intensa reflexão.
O novo cenário, já por meio de seu sonar introdutório imediato, oferece ao espectador uma roupagem até então inexperienciada em Under Cover, part 2. Trazendo uma estrutura rítmica calcada na house music, mas em cuja sonoridade o que salta aos ouvidos é a contribuição do baixo em seu groove encorpado e levemente estridente espalhado por meio de um protagonismo absoluto, Run é imbuída em um caráter curiosamente dançante. Ainda que entorpecida em sua essência sensorial, a obra é capaz de oferecer, também, uma textura aveludada aconchegante que suaviza a viagem pelo inconsciente incentivada pela sonoridade. O curioso, nesse ínterim, é que Run ainda surpreende o público ao ofertar ambiências rítmicas aromaticamente florais e espirituosas, a tornando uma composição ainda mais intrigante.
Under Cover, part 2 é um álbum de releituras tão bem trabalhadas que fazem com que cada uma de suas nove canções soem como se fossem inéditas. Mostrando grande musicalidade e sensibilidade por parte do Me & Melancholy, o material propõe ao ouvinte uma viagem por texturas entorpecentes em sua maciez gélida e melancólica. Tais percepções, em virtude da forma equilibrada com que o produto foi trabalhado, podem ser obtidas já nas primeiras quatro faixas, mostrando, assim, criatividade e, acima de tudo, competência por parte do grupo.
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