Sonares que são como uma comunicação via rádio são os responsáveis por, de uma forma curiosa, estabelecer o início da composição, ainda que não sob a estrutura de uma introdução de fato. Rapidamente, porém, o violão assume o controle. Com sua levada macia e seu sonar fresco em uma tomada densamente nostálgica, ele é capaz de fornecer densos sensos de torpor, que são facilmente captados pelo ouvinte.
Conseguindo ser, inclusive, melancólico, o violão dá a liberdade para que a bateria, sob uma levada crua em essência, mas capaz de criar certo grau de sintonia com a leveza estética, comece a construir o escopo rítmico. Ao mesmo tempo, o baixo faz sua respectiva função de, com um groove seco, mas ainda assim encorpado em certa medida, desenhar a base melódica.
É nesse ínterim que uma voz masculina, mas de timbre agradavelmente suave, vá fornecendo a elaboração do enredo lírico. Curiosamente, é possível notar notas de uma curiosa acidez na voz do vocalista, tornando possível criar uma similaridade sonora tanto em relação ao timbre de Liam Gallagher quanto ao de Richard Ashcroft.
Eis então que Ladder To The Moon se matura como uma canção cuja narrativa, curta em essência, traz sinais de dor, melancolia e nostalgia frente a realidade da perda. Ainda assim, é possível notar a existência de ternura na forma como essa temática ligeiramente mórbida é tratada.
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