É como estar em um ambiente solitário e vazio em sua essência. Sem qualquer ruído ou o mínimo de companhia para impedir os ímpetos alucinantes, o cenário incita uma profunda e quase impositiva introspecção. Uma introspecção regada a drama e embrionários requintes de uma energia visceral e lancinante.
A forma como a voz de timbre agridoce de Ell Freeman interpreta os versos líricos iniciais, bem como o jeito em que a guitarra faz suas cordas ressonarem, estimulam esse senso de drama que, agora, evidenciam suas silhuetas melancólicas. No entanto, existe um ponto em que a canção começa a quebrar essa energia lancinante e cabisbaixa. E isso acontece a partir da própria guitarra.
Quando ela se posiciona de tal modo que faz ressoar um riff grave e encorpado, a obra começa a experimentar aromas curiosamente motivacionais que são embebidos em doses estimulantes de esperança. Assim que atinge o refrão, Goodbye Stranger adquire uma melodia capaz de, interessantemente, flertar com o escopo harmônico-melódico construído em Broken Strings, faixa colaborativa entre James Morrison e Nelly Furtado.
É nesse momento que Goodbye Stranger tem seu enredo lírico escancarado em toda a sua proposta de mensagem. Aqui, Ell Freeman narra um relacionamento desfeito por conta da incapacidade de uma das partes conseguir resolver qualquer tipo de problema. Ainda assim, esse mesmo indivíduo tenta se reaproximar, mas não na forma de namorado e, sim, na forma de um amigo capaz de proteger e guiar.
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