Para quem gosta de experiências no mundo da música, este álbum colaborativo entre Tim Holehouse e Trummerkind te traz algo que talvez não tenha testemunhado. Batizado como “Falling Down The Rabbit Hole”, o disco mostra uma mistura de sensações que tem como base o experimentalismo e rock’n’roll. A primeira faixa, “Revolt”, é um portal na linha moderna que destaca riffs industriais e um baixo bastante performático do trio Trummerkind. Sua sucessora, “Killing Stalking” é mais pesada e densa, formando climas caóticos. Embora o principal contraste na banda esteja na voz límpida de Rowen Silvester, o baixo é o que mais se desenrola.
A harmonia nas composições de Trummerkind são complexas, apesar de ser um trio. Mas isso não significa que canções como “Beauty Queen” não sejam intragáveis. Ao contrário do que você pensou, não só essa como as outras faixas são bastante melódicas, o que indica uma bela trama harmônica. Com os recursos de industrial, praticamente rondando todo o repertório, é possível entendermos a proposta e absorvê-la redondamente. Dessa maneira, músicas como “Rise” desperta o interesse do fã mais tímido ao fã mais extravagante, pois a sua atmosfera introspectiva seguida de uma mais liberta, exala versatilidade. Em poucas músicas, o Trummerkind sai das sombras e se mostra como inspiração.
A segunda parte de “Falling Down The Rabbit Hole”, traz um direcionamento distinto com inserções mais presentes de sintetizador, e uma voz mais grave de Tim Holehouse. Se Trummerkind usa alguns elementos eletrônicos em sua música, Holehouse praticamente mergulha fundo nessa linha. A soturna “Pulsar” já indica isso, mas a certeza vem em seguida com “Witching Hour”, uma execução experimental de muita técnica e transe emocional. Contudo, não pense que as influências do britânico estão alojadas no passado das bandas ‘house’. O músico também utiliza alguns meios convencionais como alguns licks de guitarra.
De toda maneira, a atmosfera gerada pelas composições do artista nos remete a nomes como Erasure com um pouco de Depeche Mode. Se não entende bem essa comparação, ouça “Creature” e viaje pelos elementos sintetizados do som. Você de quarenta anos ou mais de idade, fatalmente concordará, embora o estilo de Holehouse seja mais intimista. Para encerrar este material, o cantor pôs no repertório uma execução de mais de sete minutos chamada “This Atrocity”. A faixa se traduz em uma narrativa que, se você espera por algo musical, não ouvirá. No entanto, se acha importante sentir climas pesados, relaxantes e, ao mesmo tempo ácido, esta faixa é para você. Resumindo, temos aqui um álbum composto por nomes nada efêmeros, mas de muito conteúdo.
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