A atmosfera que se constrói é capaz de ser dramática, mas também visceral e, ao mesmo tempo, delicada. Por meio da união entre as notas graves do piano pronunciadas de forma a terem pausas dramatúrgicas e o timbre aveludado, mas gutural, de Maria Weissman, a canção, desde seu início imediato, consegue oferecer uma mistura de suavidade e intensidade.
Caminhando por entre falsetes bem estruturados através de uma interpretação lírica de cunho quase teatral, Maria, conforme vai encaminhando a canção ao refrão, começa a assumir uma postura mais inquietante. Impaciente e sem qualquer resquício de calma, ainda que aparente estar sob efeito de torpor, a cantora entra em um transe vocal em que mergulha as linhas líricas no universo da música soul. A partir daí, cada palavra dita ganha um peso diferente, visceral, intenso.
Ainda que sua voz não tenha a força necessária para dar a devida densidade e precisão às frases pronunciadas, o ouvinte consegue sentir toques de angústia e de raiva misturados em um veio nostálgico. Essa característica faz de The Poet uma canção tocante, principalmente quando a audiência percebe se tratar de um tributo ao avô da cantora, mas não só. Afinal, a obra também traz, em sua estrutura lírico-melódica minimalista, uma profunda exploração da linhagem artística de sua família.
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