Sua introdução já vem regida por certo grau de precisão conjuntural. Enquanto o sonar tilintante e agudo do telcado sugere uma sutileza agradável, as palmas que vêm em seguida dão conta da demonstração do compasso rítmico, o qual surge sob uma estrutura contagiante, festiva. Rapidamente, a canção passa a ser composta por subgraves que dão ainda mais potência à base rítmica, que mantém uma estrutura amaciada e fluida capaz de convidar o ouvinte para a dança. Clap, como uma espécie de prato de entrada do EP, é onde Khern$ se vê em um encontro com uma garota e outros amigos. Não é à toa que a atmosfera da faixa prevê não apenas a diversão, mas, também, a descontração.
Aparentando, por meio do sample tilintante, trazer a mesma melodia de Blue (Da Ba Dee), single de Eiffel 65, a canção nasce cm um dulçor sintético penetrante que logo se transforma em uma atmosfera mais bruta e com toques curiosamente sombrios. De atmosfera capaz de, inclusive, ser mais saliente que aquela apresentada na canção anterior, Homegirl traz Khern$ sob uma interpretação lírica debochada que, interessantemente, aborda a temática da poligamia vivenciada pelo rapper.
The Rachet é um EP de energia saliente, provocativa e, claro, libidinosa. Por meio de suas quatro canções, o material convida o ouvinte a conhecer mais da atmosfera festiva, despreocupada, debochada e livre de Khern$. Com especial menção às suas duas primeiras obras, o material já deixa clara o extremo senso de independência e boemia do rapper, mas também é capaz de ilustrar, mesmo de forma suave, seu interesse em encontrar alguém para estabelecer uma relação mais durável.
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