Um sonar sintético surge como elemento a funcionar como abre-alas da canção. Agudo e adocicado em certa medida, ele é inserido quase como algo truncado, mas já capaz de comunicar ao ouvinte uma primeira pista a respeito da estética na qual a canção está imersa. Com ligeiras e quase embrionárias noções de sensualidade, a obra rapidamente acessa seu primeiro verso, momento em que suas silhuetas começam a ser decifradas de modo definitivo.
É então que uma voz masculina de timbre agradavelmente grave entra em cena sob um compasso rappeado. Eis Juma Music sugerindo uma movimentação fluida por meio de se seu canto estruturado a partir de pronúncias rimadas. Nesse ínterim, além do pop como base estrutural, o rap, portanto, se evidencia como grande e importante elemento na receita conjuntural da canção.
Amadurecendo por meio de um corpo fresco e sensual, a canção, de maneira surpreendente, se distancia da paisagem rígida, noturna, melancólica, visceral e marginal à qual o rap está comumente inserido. Com um cenário solar, convidativo e capaz de fazer com que o ouvinte sinta, com leveza, o clima de verão, Never Enough, acima de tudo, reflete sobre o impacto social das redes sociais nos relacionamentos.
Produzida por JPRiZM, a canção, inclusive, dialoga de maneira direta sobre identidade e saúde mental em pleno auge da era digital. Tudo, certamente, com leveza e suavidade com o intuito de aproximar e incentivar o ouvinte a trazer para si as reflexões propostas por Never Enough.
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