É como estar caminhando por uma caverna escura, úmida e de chão escorregadio. O som do gotejar que parece ser proveniente de uma espécie de nascente não identificável é o único elemento capaz de romper o silêncio absoluto do cenário. O interessante é que o fato de não poder enxergar ou mesmo de sentir mais precisamente o que de fato circunda o corpo causa no espectador um senso incômodo e agoniante de claustrofobia.
Se tornando gradativamente, portanto, sombria e até mesmo aterrorizante, a atmosfera causa não apenas um despertar de insegurança, mas também desespero, medo e até mesmo pânico. A vontade de sair correndo é quase tão sedutora quanto um doce na vitrine de uma padaria. Tão atraente como um mar em dia de calor. Tão reconfortante quanto um cobertor felpudo em uma noite fria.
O controle e a equalização das emoções cabe, somente, à mente e à própria capacidade do espectador controlar seus ímpetos. Tal tarefa se mostra dificultosa a ponto de fazer o espectador gritar o mais alto possível até ferir as cordas vocais, mas não ser, de fato, ouvido. É como um estado de mudez imposta. Como a percepção trágica e cruel da pura impotência. Dont Panic é uma música em que Jannik Kiss explora os cômodos sombrios da vulnerabilidade do público com requintes maquiavélicos.
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