Um coro súbito e, inicialmente, incompreensível é o responsável por puxar a introdução imediata da canção, criando um clima ligeiramente operístico. Rapidamente, porém, o amanhecer é seguido pela entrada de uma voz masculina de timbre empostado e bojudo em seu toque agridoce. Eis Solá Akingbolá empregando interessantes requintes de uma sensualidade gradativamente contagiante.
Nesse ínterim, o sonar percussivo opaco e batucante é ouvido de maneira a incitar, de maneira leve, a percepção da criação da camada rítmica. E aqui, ela, mesmo que delicada em sua postura, vem regida por uma identidade marcante. Representando a esfera musical yorubá, vinda da região sul do Saara, ela auxilia o ouvinte na ambientação de uma atmosfera africana alegre e solar.
Contudo, o interessante, em Touch My Soul, é a fusão de elementos que vão muito além do terreno propriamente africano. Sintetizadores dão um ar dramático e eletrônico à melodia e, enquanto isso, a bateria orgânica fornece outro tipo de compasso. Mais firme, sincopado e preciso, ele dá mais consistência ao rítmico da canção, mas sem denegrir a sua sensualidade amaciada e fresca já desenhada pela percussão. Além disso, a obra desfila traços dramáticos e melancólicos, ao passo que o lirismo traça caminhos motivacionais ligeiramente de essência religiosa.
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