Um som semelhante ao de interferência de sinal é ouvido pelo espectador como o primeiro elemento a puxar a introdução. Ainda dando um toque de enigmatismo curiosamente excitante, o amanhecer não demora em ser continuado através de uma atmosfera melancólica puxada por uma lacrimal e lenta desenvoltura do violão.
Enquanto isso, o sintetizador faz com que a base melódica, ainda que sintética, incite certo quê de visceralidade sofrida em meio ao seu dulçor agudo digital. Com essa paisagem, a música flui para um primeiro verso em que as camadas líricas começam a ser preenchidas por uma voz masculina de timbre doce, digital e levemente empostada.
Eis Toby TomTom sugerindo ao ouvinte, através de sua interpretação vocal, uma paisagem monocromática em seu tom cinza que dá ao espectador a mínima vontade de seguir, mas, sim, de se colocar de cócoras e se permitir refletir. Afinal, a atmosfera lírico-melódica que a canção destaca dá vasão para uma pegajosa sensação de solidão que impregna todos os poros do público.
Parafraseando vários títulos e versos de canções beatlenianas, TomTom faz de I Need A Yoko uma canção inspirada na relação amorosa entre Yoko Ono e John Lennon para tratar de perda e a procura por uma profunda e rígida conexão com o outro. Uma balada melancólica necessariamente grudenta que contamina o ouvinte do começo ao fim.
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