Um sonar sintético e, portanto, digital, é ouvido em ecos em meio a uma atmosfera ainda enigmática. Enquanto o sintetizador vai inserindo gradativamente noções de uma melodia aveludada e ao mesmo tempo delicada em meio ao cenário até então apresentado, um beat surge em cena de maneira ligeiramente swingada que acaba inserindo uma notável noção de movimento.
Ainda que embebida em uma atmosfera pegajosamente digitalizada, o ouvinte consegue capturar um senso emocional melancólico e entristecido que transpira de todas as arestas sonoras. Se tornando, portanto, uma obra cada vez mais introspectiva em um sofrimento ainda a ser evidenciado de forma mais clara, a canção enfim entra em um primeiro verso regido por uma voz masculina de timbre agudo e aveludado.
Vinda de Arkle, ela, ao mesmo tempo em que evidencia a escola de canto R&B possuída pelo vocalista a partir de seus melismas, traz consigo uma interpretação lírica de fato entristecida que remete a um estado reflexivo melancólico, mas não dilacerante. Junto da atmosfera sonora, tal voz soa como a sonorização vocal do inconsciente visto a energia entorpecente que vai sendo construída.
Com essa receita estrutural, Arkle faz de Don’t Speak uma obra que, através de um senso melancólico-entorpecente representado equilibradamente por uma ambiência sonoramente sintética, retrata os sofrimentos do coração. Tais sofrimentos estão necessariamente embebidos e imbuídos de uma pegajosa cicatriz vinda de um coração partido em decorrência do término de um relacionamento.
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