A união entre violino e violoncelo, preconceituosamente, traz uma combinação que oferta melodia e conforto. Porém, não na presente introdução. Aqui, os instrumentos causam calafrios e um senso desmedido de insegurança. É como se o dia rapidamente se tornasse noite e nem a luz do luar fosse capaz de iluminar, de maneira suficiente, o ambiente que abriga o personagem.
Entre tensões e calafrios, o ouvinte entra em um estado de torpor latente como forma de autoproteção contra o medo e a fragilidade que assola seu interior, o tornando um alvo fácil. Por meio da produção de sonares agudos estridentes em meio à contribuição dos graves do violoncelo, o que se tem, conforme a canção vai se desenvolvendo, é um cenário macabro de um indivíduo caminhando, em pleno auge da noite, munido de uma única e intermitente lamparina, em uma floresta de eucaliptos secos em busca da origem do ruído que ouviu quando ainda dentro de casa.
No instante em que o espectador pensa em se tratar de uma canção instrumental, uma voz feminina de timbre agudo e açucarado entra em cena desenhando, enfim, o enredo lírico. Com uma performance teatral, a cantora acaba evidenciando a história folclórica de uma garota que acaba sendo seduzida por um vampiro, o que acaba tangenciando com o roteiro da saga cinematográfica Crepúsculo. Um cover, no mínimo, ousado de Sometimes Vampires, faixa assinada originalmente por The Candy Republic.
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