A atmosfera é um tanto enigmática. Ainda assim, ela causa um senso de expectativa que beira a ansiedade. Por mais que sua paisagem introdutória seja minimamente bucólica e folclórica a partir da contribuição excêntrica do banjo na dianteira melódica, a base melódica, que abraça o enredo ainda em formação, é regida por uma espécie de melancolia agradável e contagiante em seu interessante frescor.
Conforme vai evoluindo, a canção sai de sua introdução e entra em um primeiro verso em que o violão passa a ser parte importante em sua desenvoltura narrativa. Com sua delicadeza fresca e silhuetas levemente cruas, a obra vai soando gradativamente como a queda da última folha no alto de uma árvore, a deixando despida em sua paisagem seca e aparentemente sem vida.
Se tornando ondulante em sua linearidade estrutural, a música, no momento em que o ouvinte já se conforma em se tratar de um produto instrumental, acaba surpreendentemente recebendo uma voz feminina de timbre doce e delicado. Izzy Skinner, da metade ao fim da composição, transforma o ambiente por derramar, a partir de sua interpretação lírica, doses generosas de introspecção que chegam a derramar visceralidade no roteiro verbal.
Dessa forma, e com direito a uivos chorosos que seguem os versos cantados, The Trees acaba se amadurecendo como uma canção curta, mas cuja atmosfera é convidativa para que o ouvinte saia de casa e caminhe por entre a paisagem de outono em busca de introspecção e uma espécie de autorreflexão. Uma música capaz de fazer da melancolia algo surpreendentemente aconchegante.
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