A introdução da canção é regida por um sonar minimalista, calcado no que parece ser um violão de riff seco e monossilábico. A partir da sonoridade por ele criada, a atmosfera adquire para si um clima enigmático e repleto de suspense. Seus ecos, inclusive, são capazes de incitar, no ouvinte, curiosos sensos de insegurança misturados com excitação e expectativa.
Conforme novas notas vão surgindo, o ouvinte passa a ter a percepção clara de se tratar de uma harpa ao invés do então imaginado violão. Por meio de seu ressoar agudo e delicado, o instrumento passa a desfilar uma delicadeza bela e charmosa ainda banhada em um minimalismo estrutural. Capaz de proferir uma paisagem interessantemente oriental, o elemento proporciona desde um aroma floral a sensações que vão do bem-estar ao torpor.
Nesse ínterim, o espectador tem acesso a uma agradável dose de frescor, que passa a caminhar livremente pelo ambiente ao ponto de auxiliar, inclusive, na criação de uma energia curiosamente romântica. Cenografiacamente, é como se o espectador estivesse caminhando pelo alto de uma montanha rochosa e enxergasse, ao longe, o Sol agraciando os passos a partir de sua luminosidade natural e espectral em uma clara alusão não apenas à esperança, mas ao ato de determinação. Isso é o que o FitkinWall fornece com a instrumental I Ho Ro.
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