O cacarejar do galo não é somente o elemento responsável por puxar a introdução. Por meio dele, o espectador é embebido em uma agradável sensação de despreocupação e leveza através de uma paisagem de cunho bucólico e, portanto, rural. Seguidamente, o escopo rítmico-melódico se apresenta de maneira branda, construindo um frescor de natureza mansa e delicada.
É então que a guitarra solo se pronuncia, com seu riff, a partir de um uivo de natureza aveludada que traz consigo agradáveis noções de blues. Nesse instrumental inicial, inclusive, é onde o escopo harmônico começa a ser construído por meio de uma frágil inserção de dulçor ofertada pelo teclado que sobrevoa a atmosfera melódica.
Assim que a canção entra em seu primeiro verso, ainda que embebida em uma mesma arquitetura sonora, as linhas líricas começam a ser desenhadas por uma voz feminina de timbre intermediário, fresco e levemente agudo. Por meio dela, o ambiente passa a beber de uma mistura interessante entre blues e folk de maneira a oferecer singelas semelhanças para com os desenhos melódicos presentes nas composições de Phil Collins.
Se utilizando desse ecossistema, Eleyet McConnell faz de Crazy World uma música de sonoridade contagiante que convida o espectador a se perder por uma viagem através das provocações e convulsões da vida moderna. Essencialmente, uma faixa que expressa o desejo por clareza e unidade em meio ao caos generalizado.
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