Em sua curta, mas não menos sensorial introdução, a canção já é capaz, através de sua sutileza estética, imergir o ouvinte em um curioso e reconfortante estado de melancolia que abraça com seu toque interessantemente gélido. Embebida em uma atmosfera entorpecente, graças a maneira como o teclado se pronuncia, a canção faz o espectador fluir para um primeiro verso que se constrói sob uma arquitetura introspectiva.
Característica obtida graças à maneira com que Jakob Wedl surge em cena com seu timbre agradavelmente grave e de interpretação lírica ligeiramente cabisbaixa, a introspecção ganha tons reflexivos gradativamente crescentes com o auxílio de uma harmonia que se mostra tocante. Exercida por meio da desenvoltura do sonar de violinos sobrevoando suavemente pela base melódica, essa mesma harmonia é capaz de tirar lágrimas instintivas do público, as quais escorrem pelos rostos sem uma razão aparente ou mesmo racional.
O mais interessante é perceber que, ainda que embebida em uma atmosfera pegajosamente melancólica, Pretty Backyard ainda tenta, por meio de Wedl, encontrar certa esperança e positivismo capaz de afastar, mesmo que sutilmente, esse sentimento de tristeza e lamento. No entanto, a atmosfera que marca a canção está em completa sintonia com o enredo lírico, o qual apresenta o cantor construindo uma espécie de diário que escancara tempos difíceis que o cantor teve de atravessar.
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