É, no mínimo, interessante. Afinal, ainda que sua introdução seja calcada em um minimalismo estético fornecido por uma aparente amaciada movimentação do violão, o instrumento é, em si, o elemento capaz de trazer uma delicadeza que esconde a verdadeira faceta emocional vivenciada por um personagem ainda nem apresentado.
Dramática e melancólica em meio aos seus tons reflexivos e pesarosos, a canção é capaz de transpirar menções de decepção e de arrependimento por meio da performance unicamente atribuída ao violão. Singela e fresca em sua delicadeza que se torna visceral com a entrada chorosa do violino, a obra entra em um primeiro verso que explora certo grau de sofrimento a partir de uma voz feminina de timbre grave.
Vinda de Alli Brown, ela se apresenta por meio de falsetes bem executados e de pronúncias carregadas de frustrações travestidas, simplesmente, de tristeza. De caráter cuidadosamente questionador, I Want It All amadurece como uma obra, de fato, intimista e estruturalmente minimalista, em que Alli explora os sensos de resiliência e determinação a partir de sua percepção acerca de seu automerecimento. Explorando autoconfiança e, acima de tudo, um importante viés de empoderamento, a cantora tenta mostrar, com a canção, de que não é ilegal desejar tudo. Que precisa ter foco e persistência para atingir os objetivos e que todos merecem conquistá-los.
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