Depois de alguns singles lançados há alguns anos, o espanhol residente e radicado em Londres (ING), Mike de Lis, apresenta o primeiro álbum completo do seu projeto Mono XL, “Haze Collector”. Este lançamento se refere a um disco básico de oito canções. O som meio vanguardista, explora técnicas e recursos da new wave, mas com estilo dançante. Contudo, há influências do rock’n’roll em músicas como “I Fall”, onde a tensão abre espaço a linhas de guitarras intimistas. “Another Day”, no entanto, tem uma proposta mais escurecida com camadas de sintetizador afloradas. Por conseguinte, a música alterna o ritmo para algo mais solto e cativante.
Na sequência, a canção “Ingenuos” se faz presente e com ela uma sensação de peso gerada pelos riffs de guitarra. A música, que é cantada na língua-mãe do altor, possui alguns momentos mais leves que, à primeira vista, podem aproximar a música a rótulos como rock progressivo. Entretanto, sabemos que esse disco é muito introspectivo, qualidade que dá mais destaque aos momentos soturnos, como em “World of Stone”. É interessante ver que o álbum que começou com pegadas mais eletrônicas, se estende pela sua duração com uma vibe bem convencional, evidenciando a melodia e seu estado mais puro.
Mais adiante, o primeiro single a promover “Haze Collector” encontra o seu lugar nesse repertório. “Seconds to Destroy”, que viu a luz das plataformas digitais em 01 de novembro, é uma música eletrônica, mas muito moderada. Se você gosta de sentir a energia circular em suas veias, aqui está uma boa dica. De maneira idêntica, “Seven Days”, que foi o último single a ser lançado, em 22 de novembro, resgata um pouco o clima épico de clássicos dos anos oitenta e começo dos anos noventa. Se alguém apostar que nomes como Depeche Mode e Erasure estão entre as influências de Mono XL, pode ganhar.
A dobradinha final deste trabalho abre com “My Heart”, a música mais introspectiva do álbum. Ela possui uma fluidez sonora muito livre, não apresentando complexidades e elementos intricados. Por outro lado, a canção que fecha o repertório, “Take Me Home”, é uma peça psicodélica de mais de seis minutos. Sua execução é marcada por performances épicas de vozes e vocais, formando uma grande redoma de massa sonora aos nossos ouvidos. Se você curte trabalhos como este, cheios de climas, elementos diversos e insaturados, explore mais o trabalho de Mike. A exemplo desse projeto, podemos colocá-lo em uma categoria acima da média.
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